SUSTENTABILIDADE TERAPIA – As mudanças climáticas, conforme detalhado pelo IPCC (2018), não apenas perturbam os ecossistemas, mas também têm repercussões profundas no bem-estar humano.
Terapia e Sustentabilidade
Compreensão das mudanças climáticas
As mudanças climáticas, conforme detalhado pelo IPCC (2018), não apenas perturbam os ecossistemas, mas também têm repercussões profundas no bem-estar humano.
Enfrentar desastres naturais, deslocamentos e a perspectiva de um planeta em deterioração pode induzir sentimentos de desespero, desamparo e ansiedade. As implicações dessas mudanças vão além das questões ambientais e infiltram-se no tecido do nosso bem-estar psicológico, social e cultural.
O conceito de bem-estar está intrinsecamente ligado ao ambiente em que vivemos. A mudança climática, uma realidade cada vez mais tangível, afeta não apenas os ecossistemas globais mas também o nosso bem-estar psicológico.
O Relatório Especial do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, 2018) oferece uma visão abrangente desses impactos e salienta a necessidade de compreender suas ramificações na saúde mental das pessoas.
Ansiedade climática
A “ansiedade climática” é um fenômeno crescente que envolve preocupações persistentes com o futuro do planeta. De acordo com Clayton et al. (2015), essa forma de angústia pode variar de sintomas leves a graves, podendo levar até mesmo a quadros depressivos.
Terapias cognitivo-comportamentais, focadas em reestruturar padrões de pensamento, podem ser uma estratégia eficaz para ajudar indivíduos a lidar com essa forma de ansiedade, reforçando tanto o bem-estar individual quanto a resiliência comunitária.
Deslocamentos e stress pós-traumático
As mudanças climáticas estão provocando um número crescente de desastres naturais, levando a deslocamentos massivos. Dodge (2012) aponta que esses deslocamentos podem resultar em traumas psicológicos graves, como transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
Terapias como EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing) demonstram eficácia na abordagem desses traumas, contribuindo para a estabilidade emocional do indivíduo e, por extensão, da comunidade.
Espiritualidade e conexão com a natureza
A deterioração ambiental também afeta nossa espiritualidade e conexão com a natureza. Kaplan e Kaplan (1989) sugerem que o contato com a natureza pode ter efeitos terapêuticos e restaurativos na mente humana.
Práticas como “ecoterapia” ou “terapia da floresta” podem ajudar a ressignificar essa relação, promovendo uma sensação de bem-estar e uma conexão mais profunda com o mundo ao redor.
Sustentabilidade e responsabilidade coletiva
O engajamento em ações sustentáveis pode também atuar como uma forma de terapia comunitária. Segundo Bandura (2000), a autoeficácia coletiva pode ser fomentada através de ações comunitárias voltadas para a sustentabilidade, que não apenas amenizam os efeitos das mudanças climáticas, mas também instilam um sentimento de realização e propósito.
Esta ação coletiva pode agir como uma rede de apoio emocional, melhorando o bem-estar coletivo e individual.
É imperativo que se integre a dimensão psicológica no discurso e nas políticas relacionadas às mudanças climáticas. Afinal, essas mudanças não impactam apenas a terra, o ar e a água, mas também a mente e o espírito humanos.
Terapias específicas, que vão desde abordagens cognitivo-comportamentais até práticas espirituais e comunitárias, oferecem formas valiosas de mitigar esses impactos, contribuindo para o bem-estar e a resiliência tanto individual quanto coletiva.
A emergência da ecoansiedade (sustentabilidade terapia)
A ecoansiedade, como descrito por Clayton et al. (2017), representa a resposta emocional às ameaças percebidas associadas às mudanças climáticas. Ela abrange sentimentos que variam de luto pela perda de ecossistemas até medo de catástrofes futuras.
Esta forma de ansiedade está profundamente enraizada na compreensão de que nosso modo de vida e nossa segurança estão ameaçados. Assim, torna-se evidente que abordar a crise climática não é apenas uma necessidade ecológica, mas também uma questão de saúde mental.
CONCEITO DE ECOANSIEDADE
A ecoansiedade tem se tornado cada vez mais prevalente como um tópico de pesquisa e discussão em saúde mental. Clayton et al. (2017) definem essa forma específica de ansiedade como uma resposta emocional às mudanças climáticas, variando de luto pela perda de ecossistemas até o medo de catástrofes futuras.
O tema é significativo não apenas porque destaca as implicações psicológicas da crise ambiental, mas também porque ilustra como as questões climáticas se cruzam com o bem-estar mental das pessoas.
Ecoansiedade e a necessidade de terapias específicas
Com o crescimento da ecoansiedade, surge a necessidade de terapias especializadas que possam abordar esse tipo específico de ansiedade. Seguindo o modelo de terapias cognitivo-comportamentais, é possível ajudar os indivíduos a reestruturar seus pensamentos em torno das mudanças climáticas.
Além disso, segundo Hayes et al. (1999), a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) também pode ser eficaz para ajudar as pessoas a aceitar as emoções difíceis associadas à ecoansiedade e a tomar medidas proativas.
Ressignificação através da educação e ativismo
Uma das maneiras de ressignificar a ecoansiedade é através da educação e do ativismo. Freire (1970) em “Pedagogia do Oprimido” fala sobre a importância da educação como meio de conscientização.
Quando os indivíduos são educados sobre as causas e soluções para as mudanças climáticas, eles estão mais equipados para lidar com sua ansiedade de maneira produtiva. Isso não apenas beneficia o bem-estar individual, mas também contribui para a resiliência da comunidade como um todo.
Espiritualidade e ecoansiedade
A relação entre espiritualidade e bem-estar é bem documentada. Thoresen (1998) sugere que a espiritualidade pode funcionar como um recurso de enfrentamento em tempos de crise.
Portanto, práticas espirituais como meditação, atenção plena ou mesmo rituais religiosos específicos podem ser integrados no tratamento da ecoansiedade.
Tais práticas não só ajudam na gestão do stress mas também ressignificam o sentimento de impotência que muitas vezes acompanha a ecoansiedade, criando uma sensação de conexão e propósito.
Sustentabilidade como prática terapêutica
Bandura (2000) argumenta que ações coletivas voltadas para a sustentabilidade podem promover uma sensação de autoeficácia coletiva. Quando indivíduos engajados em comportamentos sustentáveis percebem o impacto de suas ações, isso pode servir como uma forma de terapia comunitária para a ecoansiedade.
Essa abordagem tem a vantagem adicional de ser tanto preventiva quanto curativa: ela alivia o estresse emocional e, simultaneamente, contribui para a solução do problema subjacente das mudanças climáticas.
A ecoansiedade é um fenômeno complexo que liga as mudanças climáticas ao bem-estar psicológico de indivíduos e comunidades. Enquanto ela ressalta a necessidade urgente de ação ecológica, também apresenta uma oportunidade para o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas.
A integração de terapias cognitivo-comportamentais, práticas educacionais e espirituais, e o engajamento em ações sustentáveis oferecem um caminho multifacetado para mitigar os efeitos da ecoansiedade, beneficiando tanto o indivíduo quanto a comunidade.
Terapia ecológica
Em “A Experiência Estética e o Ambiente como o Meio de Educação” (2005), Howard L. Parsons argumenta que nossa desconexão com a natureza contribuiu para a crise ecológica atual.
A terapia ecológica, portanto, busca realinhar essa relação, permitindo que os indivíduos se reconectem com o mundo natural e, ao fazê-lo, encontrem um senso de propósito e pertencimento.
Através de práticas como a eco-terapia, as pessoas são incentivadas a se engajar em atividades ao ar livre, refletir sobre sua relação com a natureza e entender seu papel no ecossistema maior.
A desconexão humana com a natureza e suas implicações
A crescente desconexão da humanidade com a natureza tem profundas implicações para o bem-estar individual e coletivo. Howard L. Parsons, em “A Experiência Estética e o Ambiente como o Meio de Educação” (2005), argumenta que essa desconexão não só contribui para a crise ecológica, como também priva os indivíduos de um senso essencial de pertencimento e bem-estar.
A falta de interação com o ambiente natural pode resultar em uma série de problemas psicológicos, incluindo, mas não se limitando a, depressão, ansiedade e até mesmo uma diminuição no desenvolvimento cognitivo.
O conceito de terapia ecológica
Terapia Ecológica é uma abordagem interdisciplinar que busca corrigir essa desconexão, realinhando a relação entre humanos e o mundo natural.
Ao fazer isso, a terapia não só aborda questões ecológicas, mas também resgata um senso de bem-estar individual e coletivo. Eco-terapia, uma das práticas mais conhecidas nesse campo, incentiva as pessoas a se engajarem em atividades ao ar livre e a refletirem sobre sua relação com a natureza.
O objetivo é desenvolver um senso de pertencimento e responsabilidade para com o ecossistema maior.
O impacto positivo da natureza sobre a saúde mental é bem documentado. Kaplan e Kaplan (1989) apontam que a natureza tem um efeito restaurador sobre a mente humana, o que se alinha com os princípios da terapia ecológica.
Tratamentos que incorporam elementos da natureza, como a Terapia Assistida por Animais ou o Shinrin-Yoku (ou “banho de floresta”), demonstraram resultados positivos em várias condições psicológicas, incluindo depressão e transtornos de ansiedade.
Este tipo de terapia vai além do indivíduo, reforçando o bem-estar da comunidade como um todo, à medida que as pessoas se tornam mais conscientes e respeitosas do ambiente que as rodeia.
A importância da educação
Conforme apontado por Freire (1970), a educação é uma ferramenta poderosa para a conscientização e transformação social. Na terapia ecológica, a educação desempenha um papel crucial na formação de uma consciência ecológica.
Através da educação, os indivíduos não apenas aprendem a importância da preservação ambiental, mas também como aplicar esses princípios em sua vida diária. Este nível de educação é vital para o sucesso a longo prazo da terapia ecológica e contribui para um sentido renovado de propósito e pertencimento.
Espiritualidade e sustentabilidade
Além de proporcionar bem-estar psicológico, a terapia ecológica também tem o potencial de enriquecer a vida espiritual de um indivíduo.
Segundo Thoresen (1998), a espiritualidade pode funcionar como um recurso de enfrentamento em tempos de crise. Integrar práticas espirituais, como meditação e atenção plena, na terapia ecológica pode ampliar o escopo de seu impacto.
Além disso, uma vez que os princípios da terapia ecológica são inerentemente sustentáveis, a prática também contribui para a construção de uma comunidade mais sustentável e consciente dos desafios ambientais.
Restabelecer nossa conexão com a natureza através da terapia ecológica oferece múltiplos benefícios. De melhorias na saúde mental à conscientização ambiental e bem-estar espiritual, esta forma de terapia é uma abordagem multifacetada para lidar com a crise ecológica e as questões de bem-estar associadas a ela.
A integração de práticas educacionais e terapêuticas especializadas é crucial para o sucesso dessa abordagem, tornando-a não apenas um tratamento para o indivíduo, mas um caminho para uma comunidade mais saudável e sustentável.
Ação coletiva e transformação social
Ao reconhecer que a crise climática é tanto uma crise externa quanto interna, podemos ver o valor da ação coletiva. Joanna Macy, em “Trabalho que Reconecta” (1983), defende que a cura individual e coletiva pode emergir da compreensão de nossa interconexão com a Terra.
Assim, a terapia ecológica não se concentra apenas em aliviar o sofrimento individual, mas também em inspirar e capacitar as pessoas a agir em benefício do coletivo e do meio ambiente.
Reconhecimento da crise climática como crise de consciência
O entendimento da crise climática vai além do mero reconhecimento de um problema ambiental; trata-se também de uma crise de consciência que necessita de um profundo processo de transformação interna.
Este ponto de vista é ressaltado por Joanna Macy em “Trabalho que Reconecta” (1983), onde ela argumenta que a solução não se encontra apenas nas políticas ambientais, mas também na transformação psicológica e espiritual.
Este reconhecimento expande o escopo da terapia para além do âmbito individual, abrangendo aspectos da vida coletiva e comunitária.
Terapia como catalisador de ação coletiva
O reconhecimento da interconexão entre o indivíduo, a comunidade e o planeta dá lugar a uma abordagem terapêutica mais integrada. Isso permite que a terapia atue como um catalisador para a ação coletiva.
As abordagens terapêuticas que consideram esta interconexão incentivam as pessoas não só a buscar alívio pessoal, mas também a agir em benefício do coletivo. Em outras palavras, a cura individual se torna a base para o engajamento social e ambiental consciente.
Terapias comunitárias e bem-estar social
Abordagens terapêuticas voltadas para a ação coletiva e transformação social são fundamentais para enfrentar questões sistêmicas que afetam o bem-estar comunitário.
Terapias comunitárias, como as descritas por Adelson de França Rolim em “Psicoterapias em grupo na comunidade” (2000), envolvem a comunidade no processo terapêutico, tornando-a parte da solução.
Esta abordagem pode ser particularmente eficaz em comunidades que enfrentam desafios relacionados ao meio ambiente, como poluição e degradação do habitat, pois fortalece o senso de agência coletiva.
Educação e capacitação para ação coletiva
Além de atuar como um meio para a transformação pessoal, a terapia também serve como uma plataforma educativa que capacita os indivíduos para a ação coletiva.
Como Paulo Freire argumentou em “Pedagogia do Oprimido” (1970), a educação deve ser usada como uma ferramenta para a emancipação. Terapias que incorporam elementos educacionais podem preparar as pessoas para se tornarem agentes de mudança em suas comunidades, reforçando a importância do engajamento cívico e da responsabilidade ambiental.
Espiritualidade e sustentabilidade – pilares de transformação social
O conceito de bem-estar coletivo está intrinsecamente ligado às dimensões espiritual e sustentável. De acordo com Macy, a espiritualidade pode ser um poderoso recurso para inspirar a ação e criar um sentido mais profundo de comunidade e conexão com a Terra.
Além disso, a adoção de práticas sustentáveis em um nível comunitário reforça a capacidade de resiliência e adaptação da comunidade frente aos desafios ambientais. Estes dois pilares, quando incorporados à terapia, podem atuar como motores poderosos de transformação social e ambiental.
A terapia não é apenas um meio para aliviar o sofrimento individual, mas também uma ferramenta poderosa para a ação coletiva e transformação social.
O reconhecimento da crise climática como uma crise de consciência, e não apenas como um problema ambiental, amplia as possibilidades de abordagens terapêuticas que visam o bem-estar tanto do indivíduo quanto da comunidade.
Ao integrar educação, espiritualidade e sustentabilidade, a terapia torna-se um catalisador para a transformação necessária para enfrentar os desafios ambientais e sociais da nossa época.
Ressignificar nossa relação com o planeta
O bem-estar humano e a saúde do nosso planeta estão inextricavelmente ligados. Conforme apontado por Vandana Shiva em “A Terra é Viva” (2016), a sustentabilidade não é apenas uma prática, mas uma filosofia de vida. Assim, ao alavancar terapias que nos reconectam com a natureza, temos a oportunidade não apenas de curar a nós mesmos, mas também de curar nosso planeta.
Através dessa ressignificação, podemos co-criar um futuro onde o bem-estar humano e a integridade ecológica coexistam em harmonia.
Inseparabilidade do bem-estar humano e a saúde planetária
O antigo paradigma que separa a humanidade da natureza está se tornando cada vez mais insustentável, à medida que enfrentamos desafios ambientais sem precedentes.
Vandana Shiva, em “A Terra é Viva” (2016), destaca essa inseparabilidade entre o bem-estar humano e a saúde do planeta. Segundo Shiva, é imperativo que abordemos a saúde humana e ambiental como um sistema interconectado. É uma mudança filosófica e prática que precisa permear tanto a política quanto as práticas de bem-estar.
A importância da terapia para a ressignificação a relação com o planeta
Terapias que se concentram na relação humano-natureza têm o potencial de ser catalisadores para a transformação dessa relação.
Não apenas oferecem uma cura individual, mas estabelecem as bases para uma nova forma de interação com o meio ambiente. Tal como Howard L. Parsons observa, a reconexão com a natureza através de terapias ecológicas pode constituir-se como uma forma de educação (Parsons, 2005). Este novo aprendizado é fundamental para a coexistência sustentável.
Terapia como prática da coexistência sustentável
O tratamento terapêutico pode ir além da ambição de tratar doenças ou sintomas; pode servir como uma prática que reinventa nosso modo de coexistir com a Terra.
Ao ressignificar a terapia como uma forma de ativismo ecológico, trazemos a discussão sobre a sustentabilidade para um patamar pessoal. Ao experimentar os benefícios diretos de um relacionamento mais saudável com a natureza, os indivíduos podem ser motivados a buscar mudanças mais amplas em seus estilos de vida e comunidades.
Bem-estar espiritual
A espiritualidade tem um papel significativo na redefinição de nossa relação com a natureza e, consequentemente, na coexistência sustentável.
O conceito de “bem-viver,” originário das tradições indígenas e amplamente discutido na literatura sobre sustentabilidade, nos remete à ideia de que a vida em sua totalidade deve ser respeitada (Gudynas, 2011).
A terapia pode facilitar esse reconhecimento espiritual, auxiliando as pessoas a entenderem que fazem parte de um todo maior e que sua saúde depende do bem-estar desse sistema interconectado.
A co-criação de um futuro sustentável
A necessidade de ressignificar nossa relação com o planeta é uma empreitada coletiva que requer a contribuição de todos. A terapia pode funcionar como um microcosmo dessa mudança, um lugar onde novas narrativas podem ser criadas e novos comportamentos podem ser experimentados.
Ao fazer isso, estabelecemos um modelo para uma coexistência mais harmônica entre o bem-estar humano e a integridade ecológica, co-criando assim um futuro onde ambos podem prosperar.
CONCLUSÃO
O futuro da humanidade e do planeta que habitamos é interdependente.
A abordagem terapêutica apresenta-se como um caminho promissor para ressignificar nossa relação com o meio ambiente, integrando as dimensões do bem-estar físico, mental, social, espiritual e ecológico.
Como Vandana Shiva e outros pensadores têm apontado, o que está em jogo não é apenas a saúde humana, mas a saúde de um planeta inteiro.
A terapia, quando aplicada em seu potencial máximo, pode servir como um ponto de partida para essa transformação necessária.
Floripa, 2023
REFERÊNCIAS BÁSICAS
1. “A Ética da Terra” por Leopold Aldo
Resenha: Publicado originalmente em 1949 e disponível em tradução para o português, este livro é um marco na literatura ambiental. Leopold propõe um novo tipo de ética, uma “ética da terra” que contempla a natureza como parte da comunidade a ser respeitada, não apenas um recurso a ser explorado. É um livro essencial para quem deseja entender as bases filosóficas do ambientalismo.
Teórico Contraposto: Julian Simon, com seu livro “The Ultimate Resource”, argumenta que o otimismo humano e a inovação superarão as restrições ambientais.
2. “O Ponto de Mutação” por Fritjof Capra
Resenha: Este livro explora como a ciência e a espiritualidade podem se encontrar para oferecer soluções sustentáveis para os problemas ecológicos e sociais. Capra argumenta que a sociedade está num “ponto de mutação” e que uma profunda transformação é necessária.
Teórico Contraposto: Bjorn Lomborg, em “O Ambientalista Cético”, questiona o alarmismo ambiental e sugere que há formas mais eficazes de utilizar recursos para resolver problemas globais.
3. “Desenvolvimento como Liberdade” por Amartya Sen
Resenha: Sen, um economista e filósofo indiano, argumenta que o desenvolvimento deve ser visto como um processo de expansão das liberdades humanas, não apenas crescimento econômico. Isso tem implicações diretas na maneira como lidamos com sustentabilidade e bem-estar humano.
Teórico Contraposto: Hernando de Soto, em “O Mistério do Capital”, coloca o foco na importância das instituições de propriedade e mercados livres como meios para o desenvolvimento.
4. “O Futuro do Progresso” por Clive Hamilton
Resenha: Hamilton explora a ideia do “progresso” em nossa sociedade e questiona se a incessante busca por crescimento econômico é sustentável ou desejável. Ele traz uma abordagem crítica ao capitalismo contemporâneo e suas implicações ecológicas.
Teórico Contraposto: Matt Ridley, em “O Otimista Racional”, acredita que o progresso humano continuará através da inovação e da tecnologia, minimizando impactos ambientais negativos.
5. “O Princípio Responsabilidade” por Hans Jonas
Resenha: Jonas aborda a ética em um mundo tecnológico e como ela se relaciona com o nosso dever em relação ao futuro da humanidade e do planeta. Ele enfatiza a necessidade de um novo tipo de responsabilidade que leve em conta as futuras gerações.
Teórico Contraposto: Peter Diamandis, em “Abundância”, oferece uma visão mais otimista da tecnologia, acreditando que ela nos permitirá solucionar muitos dos problemas globais, incluindo os ambientais.