7. O Final da Análise
O final de uma análise psicanalítica não é um evento abrupto, mas sim o culminar de um processo, um caminho cuidadosamente traçado por paciente e analista. Como qualquer jornada, possui sinais e marcos que indicam a proximidade de sua conclusão.
Um dos primeiros questionamentos é: quando é o momento certo para terminar? Os critérios de término são variados e subjetivos, mas geralmente giram em torno da realização de desejos inconscientes. Quando um paciente começa a perceber, compreender e, eventualmente, atender a esses desejos de maneira mais consciente e autônoma, um sinal claro é emitido de que o trabalho analítico está atingindo seu objetivo.
A conquista da realização de desejos inconscientes é uma vitória monumental para o paciente. Significa que ele não apenas identificou esses desejos, mas também aprendeu a integrá-los em sua vida cotidiana de maneira saudável e produtiva.
Paralelamente, observa-se o fortalecimento do ego do paciente. O ego, nesse contexto, refere-se à parte da mente que lida com a realidade e busca equilibrar os desejos internos com as demandas externas. Um ego robusto e autônomo é capaz de tomar decisões, enfrentar desafios e estabelecer limites de maneira mais eficaz.
No entanto, o término não se trata apenas do paciente. A desidentificação entre paciente e analista é uma etapa crucial. Durante a análise, é comum que o paciente projete certas emoções ou expectativas no analista. À medida que a análise avança para a conclusão, essa ligação começa a se dissolver, permitindo que o paciente veja o analista mais como um ser humano e menos como uma figura simbólica.
Mas, como em qualquer jornada de autodescoberta e crescimento, obstáculos e recaídas são possíveis. A vida está sempre em fluxo, e novos desafios podem surgir, levando alguns pacientes a considerar novas sessões de análise. E isso não é necessariamente um sinal de falha ou regressão. Pode ser simplesmente uma indicação de que há mais trabalho a ser feito ou novas áreas a serem exploradas.
Por fim, é crucial entender que o final da análise não é um adeus definitivo. É um rito de passagem, uma celebração das conquistas do paciente e do trabalho realizado em conjunto com o analista. É um reconhecimento de que, embora a análise possa ter terminado, a jornada do autodescobrimento e do crescimento pessoal continua, equipada com as ferramentas e insights adquiridos durante o processo terapêutico.