AGRESSIVIDADE HUMANA

257-SÍNDROME DO PÂNICO

“Somos o que acreditamos, o que desejamos” – você já se deu conta deste mantra?  À psique humana se atribui a  capacidade de dar passos, ocupar espaços e enxergar o mundo, à proporção da desconstrução/reconstrução da própria singularidade.  

Síndrome do Pânico – É por meio dela, da psique,  que  a vida pode se apresentar apequenada e/ou exponencialmente “dilatada”, a permitir avanços, dos  níveis rasos aos  mais  profundos, dos rochedos  aos céus,     desde que se tenha como ponto de partida, uma boa causa, neste “causo”, o pensamento grego, “cirurgicamente cativante” pode dar as boas-vindas,  – “conhece-te a ti mesmo”. 

SÍNDROME DO PÂNICO
SÍNDROME DO PÂNICO

Síndrome de pânico(1), “medo de ser feliz”. 

Cultivar atitudes para se empoderar, à semelhança do “Delenda est Carthago”, será uma forma para  desconstruir os medos que  assolam a preparação para grandes batalhas, que impedem voos mais altos, cada dia. Deixe-se motivar.  

Mesmo  que seja com a experiência da  “agressividade construtiva”, latência da pulsão de morte, justamente ela, poderá conduzir a vida, desde que, bem  canalizada … “It is really the anger that makes me work”. 

 Em Chapeuzinho Amarelo, Chico Buarque pega uma carona  na fábula original e nos oferece o atalho para se encarar o medo, a tristeza. Desafios se vencem com determinação e persistência  contra medos,  sejam,  ficção e/ou realidade.

Quem experimenta a síndrome de pânico(2), uma espécie de desencorajamento crônico, acompanhado de um estado de desesperança,  experimenta a sensação de despersonalizar-se.  Cada vez mais, uma amostragem significativa, chama atenção, ataques/síndromes de pânicos, presentes em clínicas médicas, psicanalistas e periódicos de estatística. 

Se você tem a síndrome, não tenha  medo de ser feliz – “longe é um lugar que não existe”…. Recorda-se daquele romance, “A história de Fernão Capelo Gaivota”,  escrito por Richard Bach?  

Não se acantone!  Não se afugente! Não se distancie!  Aprenda a voar e retorne ao bando.  Você  pode habitar os espaços onde os  sentimentos/emoções fazem   coração pulsar/voar, mais forte. 

“Amanhecia, e o novo sol pintava de ouro as ondas de um mar tranquilo (…) Fazer o que amamos nos leva automaticamente a descobrir mais sobre quem realmente somos (…) E no meio do aqui e agora, não acha que podemos nos encontrar, de vez em quando,”  (Bach)? 

Nesta “acroasefreudiana”(3), que se descortinará a seguir,  a intenção se volta solidária,  à superação da síndrome do pânico. Alavancar   a possibilidade do  voo com estratégia inteligente,  será um forma  de   esperançar, partidas e chegadas, encontros e desencontros.   Considere fundamental,  a dedicação e a disciplina das “gaivotas”, farão   diferença, ao decolar/aterrar, em voos rasantes, cada vez mais rápidos e belos. 

Compromissos/treinamentos exitosos, em cada  amanhecer, dependem de  sabedoria/conhecimento, sobretudo da boa vontade, que à madrugada, bate à porta,   à moda de Arquimedes –  “Deem-me um ponto de apoio e uma alavanca e eu moverei o mundo”.

Carinhosamente – (síndrome do pânico)

(…) por uma apresentação da  “ópera do pânico(3), em resumo”.

 Primeiro ato –  compreender o transtorno de pânico.

Segundo atoassumir o protagonismo, sua autodeterminação contagiará o seu entorno. Aquele  que tem interesse, disponibilidade  e boa vontade em  reaprender a  reinventar-se, dia a dia, atente-se à resiliência.    Equilibrar-se,  desintoxicar-se,  superar-se,  para longe do medo de ter medo e aproximar-se para bem perto daqueles que lhe querem ver feliz, bem humorado, realizado,  homem/mulher, renovado – em vencendo as adversidades.

Terceiro ato – aprender a administrar suas reações.  O mundo  externo/interno poderá, até  ser, um lugar assustador. Sempre dependerá da   escolha subjetiva,  do lugar paradisíaco para onde se  quer ir e das gaivotas, que se permitidas, farão parte  do bando, a experimentar velocidade e força, juntas,  riscando os céus, em voos e mergulhos, inimagináveis. 

Quarto atocultivar o pensamento positivo.  Solidão não é estar só, é alimentar o medo de existir, de não  ser feliz. “Quem olha para fora sonha. Quem olha para dentro desperta” (Jung). Lembre-se que na experiência da síndrome de pânico(4), o perigo vem de dentro. 

 Quinto ato desconstruir/reconstruir a memória traumática (5) . Na verdade, todo ser humano,  têm algum medo. O que não se pode alimentar é  o medo das coisas que não precisam  existir. Em se tratando da síndrome do pânico, até onde os medos seriam  reais e até onde, não passariam  de ficção? 

A imaginação e a sua varinha de condão,  com seu poder de “fazer-existir”, por meio do  transtorno de ansiedade – pode  persuadir  “gaivotas  desavisadas” a fechar as retinas, cada vez mais cedo, “ensimesmadas”, em rochedos, longe das alturas, do prazer de voar.

Eu sei que a gente se acostuma (síndrome do pânico)

Mas não devia”…, de Marina Colasanti, você se lembra desta crônica, publicada no Jornal do Brasil, 1972 ? Uma de minhas pérolas prediletas, carrego na “algibeira”, até hoje.  E, porque não tem vista, não olha para fora, não abre as cortinas, e, “à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão” (6).  

 Na  experiência da  síndrome do pânico, nada será como antes. “A gente se acostuma”.  A gente se acostuma, mas não devia. 

 Diziam a mim, na adolescência,  que existe uma diferença entre ato e atitude, quando o assunto é vital, de modo especial – em se tratando de  “decisões existenciais”. 

 Ninguém deve ser julgado para o bem ou para o mal por um  ato praticado, poderá ser   isolado, se acontecer em terreno arenoso, ainda que, a depender das intenções, palatável. 

Pelo contrário, atitude sim, fala-se de uma sequência de atos,  evidentemente, instalados, caracterizando o comportamento permanente – daquele  estado de espírito que  se manifesta  pela autoestima, elevada e proativa. 

Trata-se da atitude que pode identificar até  o “caráter”, se em terra boa,  à semelhança de um  leitmotiv, a expressar a melodia da vida, com suas  notas musicais, em busca de harmonização. 

Harmonizantes sensações de alegria/tristeza,  vibrações, à espera de escolhas sinérgicas. Todo ser humano tem o seu   diapasão existencial, refúgio preferencial, quando precisa afinar as cores da vida, em momentos de “epifania”, de insights – verdadeiros acordes, podem brotar de “acordos viscerais”,  escolhidos para se viver.

“A gente não pode se acostumar” com a síndrome do pânico, é preciso reagir, a partir de uma decisão compromissada,  construir uma sequência de atos e criar uma cultura atitudinal de enfrentamento e superação desse medo, quase sem saída. 

Contar com o apoio de profissionais da saúde, médicos psiquiatras, terapeutas e psicanalistas – será imprescindível no resgate dessas experiências traumáticas.

Que tal elaborar   breve rascunho (síndrome do pânico)

(…) já o fiz, no passado,  até em  “papel de pão”,  recurso estratégico, doméstico e porque não, “apelidá-lo” de  “pedagógico”.   Criatividade a ser compartilhada e “experimentada”, e  – à cabeceira da cama, transforme seu rascunho criativo em   “vade mecum”, com  informações  mínimas necessárias,  para se iniciar na  superação do transtorno de pânico. 

 Informações mínimas e necessárias, hão de   garantir os primeiros passos. Trata-se  de  uma abordagem prática, eficiente e direta.  Considere e acrescente, a seguir,  este guia  psicoterapêutico.

 Após a leitura, faça uso dos comandos, personalize cada item, subjetivamente, caracterize sua realidade e acrescente, ações concretas, seu compromisso. 

Guia psicoterapêutico (síndrome do pânico)

1-  “A Síndrome do Pânico (minha visão) – é  um distúrbio psicológico que leva uma pessoa a ter várias crises de medo, angústia e terror. Com o tempo causa profundas mudanças no indivíduo, a pessoa passa a ter medo das coisas mais simples, como sair de casa ou andar de elevador, por exemplo.

2-  Principais sintomas da crise (meus sintomas): apesar de ser um doença psicológica, o pânico provoca sintomas físicos. São crises muito intensas, caracterizadas por: ansiedade, palidez, fraqueza, suor intenso, falta de ar, palpitações, tonturas, tremores, desmaio, sensação de morte. 

3- Causas (minhas causas): a Síndrome de Pânico pode surgir após alguma  situação traumática, vivida por exemplo, um assalto, sequestro, acidente, entre outros.  Quando não tratada, a síndrome leva o indivíduo a desenvolver diversas fobias, que vão limitando sua vida, afastando dos amigos e familiares, e tornando a pessoa, cada vez mais, reclusa, dentro de casa. 

4- Tratamento (meu tratamento): é necessário uma associação de medicamentos com psicoterapia. Os remédios ajudam a diminuir a ocorrência da crise, e o tratamento psicológico ajuda a entender as causas das crises. Técnicas de controle de respiração e da ansiedade ajudam a amenizar as crises de pânico” (blog, sindromedopanico.com. br).

5- Minhas ações concretas (…)

Então, pronto para o novo jeito de se  olhar em frente? Não existe limite. Voar, treinar, aprender…voos rasantes para asas  “malhadas” e corpo sarado – “mens sana in corpore sano”. Faça-se acompanhar  da cumplicidade  do “rascunho legível”, à cabeceira – à semelhança de um  “vade mecum”, d’ora em diante,  seu “vade mecum”. 

CONCLUSÃO (síndrome do pânico)

Lembre-se, sempre – seu “desamparo”  importa, tanto quanto sua “alteridade”, isto é, ao se melhorar a  qualidade de vida “abate-se o desamparo”   e  “expande-se a alteridade. “Outros”,  existirão,  ao seu entorno, acredite.  Não se deixe aprisionar pelas sombras. Não feche as cortinas desta vez (…)

 Existe um mundo, lá fora,  diferente, para além dos casulos.  

Desacostume-se, “renasça das sombras”  – nada precisará ser   como antes.

Conte conosco/comigo.

João Barros

FLORIPA, AGOSTO 2023

Notas

  1. “Ataque de  pânico é uma manifestação extrema da ansiedade caracterizada por uma grande descarga de hormônios e uma série de sintomas por todo o corpo. Geralmente descrito como uma sensação intensa e súbita de medo” (…)  O ataque de pânico descreve um evento único enquanto a síndrome de pânico inclui a ocorrência de ataques repetidos, o medo constante de quando o próximo ataque acontecerá e a adoção de medidas para evitar os lugares onde os últimos ataques ocorreram”,  (Kestenberg).
  2.  “A freqüência dos ataques de pânico é variável, desde apenas alguns ataques durante o ano até várias vezes por dia. Freqüentemente, o distúrbio é acompanhado por agorafobia (do grego ágora = assembléia, praça pública + phobia = medo), ou medo de estar sozinho em lugares públicos ou abertos e amplos, especialmente se a saída deste lugar se torne difícil, no caso de ocorrer uma crise de pânico”, (Módulo VII).
  3. “Em 1895, Freud, criou o termo “neurose de ansiedade” e descreveu um quadro de irritabilidade, expectativa ansiosa, parestesia, espasmos cardíacos, sudorese e dispnéia, podendo ser crônica ou manifestar-se com ataques distintos, (Sakabe).
  4. “Freud afirmou que – não é de se esperar que o uso da palavra “pânico” seja claro e determinado sem ambiguidade. Às vezes ela é utilizada para descrever qualquer medo coletivo, outras até mesmo para descrever o medo no indivíduo quando ele excede todos os limites e, com frequência, a palavra parece reservada para os casos em que a irrupção do medo não é justificada pela ocasião([1921] 1996: 108)”,  (Zanetti, Peres).
  5. Os melhores resultados são obtidos por um tratamento que contemple todos estes objetivos: a compreensão do processo do pânico, o desenvolvimento da capacidade de auto-regulação, o aumento da janela de tolerância, o trabalho com os pensamentos automáticos negativos e o processamento das memórias traumáticas”  (Artur Scarpato).
  6. “ (…) A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. A gente se acostuma… para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida que aos poucos se gasta e, que gasta, de tanto acostumar, se perde de si mesma” (Marina Colasanti).

Referências básicas

  1. “Vencendo o Pânico” de Bernard Rangé e Adriana Zilberman – Resenha: Esta obra é uma referência quando se trata de síndrome de pânico. Os autores, especialistas em terapias cognitivas, oferecem informações claras sobre a condição e propõem abordagens práticas para enfrentar e superar os ataques. O livro é tanto para quem sofre do transtorno quanto para profissionais da área da saúde.
  2. “O Demônio do Meio-Dia: Uma Anatomia da Depressão” de Andrew Solomon – Resenha: Solomon oferece uma análise profunda sobre a depressão, entrelaçando sua própria experiência com uma ampla pesquisa. Através de sua narrativa, é possível compreender os nuances do medo de ser feliz e a luta constante contra a desesperança que muitos sentem. A obra é um lembrete de que a jornada para a cura e a compreensão é tão importante quanto o destino.
  3. “A Coragem de Ser Imperfeito” de Brené Brown – Resenha: Brown explora a importância da vulnerabilidade e como aceitar nossas imperfeições pode nos levar a uma vida mais plena e significativa. Ela discute o medo, a vergonha e a sensação de não sermos bons o suficiente, mostrando como esses sentimentos nos impedem de viver plenamente e como podemos nos libertar deles.
  4. “Mentes Ansiosas: Medo e Ansiedade Além dos Limites” de Ana Beatriz Barbosa Silva – Resenha: Neste livro, a autora discorre sobre os vários transtornos ansiosos, com destaque para a síndrome do pânico. Com uma linguagem acessível, ela apresenta histórias reais, sintomas, causas e tratamentos, tornando-o um guia completo para quem busca compreender melhor esse universo.
  5. “O Poder do Agora” de Eckhart Tolle – Resenha: Tolle apresenta uma abordagem espiritual sobre a importância de viver o presente. Ele argumenta que a maior parte do nosso sofrimento é causada pela nossa mente e pelo nosso pensamento constante no passado e no futuro. Ao aprender a estar presente e aceitar o “agora”, podemos encontrar uma paz duradoura e superar muitos dos medos e ansiedades que nos afligem.

O que é a Síndrome do Pânico?

“A Síndrome do Pânico (minha visão) – é  um distúrbio psicológico que leva uma pessoa a ter várias crises de medo, angústia e terror. Com o tempo causa profundas mudanças no indivíduo, a pessoa passa a ter medo das coisas mais simples, como sair de casa ou andar de elevador, por exemplo.

Qual a causa da Síndrome do Pânico?

Causas (minhas causas): a Síndrome de Pânico pode surgir após alguma  situação traumática, vivida por exemplo, um assalto, sequestro, acidente, entre outros.  Quando não tratada, a síndrome leva o indivíduo a desenvolver diversas fobias, que vão limitando sua vida, afastando dos amigos e familiares, e tornando a pessoa, cada vez mais, reclusa, dentro de casa. 
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João Barros - empresário/escritor - professor com formação em filosofia/pedagogia, teologia/psicanálise (...) atualmente, diretor pedagógico na empresa SELO BE IBRATH - com foco na supervisão e qualificação dos produtos pedagógicos e cursos livres em saúde, qualidade de vida e bem-estar. Quanto às crenças e valores, vale a máxima: o caráter do profissional em saúde - isto é - dos psicanalistas/terapeutas - determina sua missão. "Mens sana in corpore sano".